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sexta-feira, 18 de maio de 2012

CPI 2 – Hora de sermos os botões vermelhos


CPI 2 – Hora de sermos os botões vermelhos

Sejamos francos: era exatamente isso que esperávamos! Esta frase, que deveria estar no fim deste texto, foi trazida à primeira linha simplesmente para exaltar a previsibilidade das atuações de nossas Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito.
Alheia àquela esperança teimosa, iludida pela cólera vociferada dos políticos participantes destas comissões que estampam as mídias como defensores do povo, indignados com os desvios de seus pares, combativos aos novos escândalos ou aos escândalos requentados, nossa lógica racional, a que nos mantêm vivos nos momentos de perigo, sempre deixa uma luz vermelha acesa, piscando e dizendo: “Vai acontecer de novo!”
Indigna-me o modus operandi dos parlamentares encarregados de conduzir os trabalhos nas comissões que, no primeiro momento interpretam os gladiadores dispostos a cortar na própria carne em busca da prevalência da verdade e no  momento seguinte, quando percebem a quantidade de vasos, veias e artérias que estão por baixo destes futuros pedaços dilacerados e descartados do próprio corpo, passam a bancar os bufões que simplesmente entretém a massa, enquanto os oponentes caídos e enfraquecidos retomam suas forças para voltar a ferir o povo, ou simplesmente empreender uma fuga para as sombras do esquecimento midiático.
Sempre inconscientemente conscientes do destino comum das CPI’s e CPMI’s assistimos ao jogo de esconde-esconde oportunizado por deputados e senadores, sonhando encontrar verdades e atuações dignas dos representantes do povo - e essa é a parte inconsciente - sabendo que no fim das contas, ao terminar a brincadeira, todos vão para suas casas, felizes e tranqüilos, já combinando a brincadeira de amanhã. Sim, essa é a parte consciente!
Volto a afirmar minha opinião quanto ao modo de tornar essas comissões menos previsíveis, dizendo que deveriam contar com representantes indiretos do povo, com fiscais advindos de ONG’s, setor industrial, comércio, entidades de classe e outros grupos, que agiriam como um júri popular, acompanhando e avaliando todos os passos, tanto dos acusados como dos acusadores, a fim de não deixar que a frase inicial deste texto continue sendo a representação fiel do destino deste legítimo instrumento da democracia brasileira!

Marcos Marinho
twitter: @marinhomkt

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