Espaço destinado ao registro das percepções críticas de um cidadão brasileiro sobre política, comunicação, comportamento e demais assuntos pertinentes à sociedade contemporânea.
Uma visão técnica do ponto de vista do marketing e apaixonada do ponto de vista humano. Leia, critique e replique à vontade!

domingo, 31 de março de 2013

Eleições goianas: O W.O político de 2014.



O ano de 2013 está completamente impregnado com as aspirações políticas de 2014. Personagens, com e sem partidos, se articulam para garantir um espaço no próximo pleito. Em sua maioria, personagens já conhecidos do grande eleitorado.
Aparentemente a única definição de concorrente para o vindouro certame do Palácio das Esmeraldas é o nome do então governador Marconi Perillo. Hábil político que tem no currículo várias vitórias confirmadas nas urnas e fora delas. Sagaz na cooptação de adversários, e na mimetização de situações desconfortáveis, segue inexorável em sua marcha de distanciamento das cachoeiras de escândalos, rumo ao quarto mandato. Algo ou alguém poderá barrá-lo?
Agraciado pela incompetência de seus opositores, o sr. Perillo tem a sua frente um caminho que, supostamente, dependerá apenas de seu próprio combustível e estratégias para ser trilhado com êxito.
Uma mensagem que ecoa no cenário político goiano é: sem time, sem jogo. Temos outros postulantes à caneta do executivo de Goiás, nomes de peso, mas que não possuem a mesma capacidade de coalizão, vista em nosso governador.
Ronaldo Caiado, Vanderlan Cardoso, J. Batista Friboi, além dos prefeitos PTistas Paulo Garcia e Antônio Gomide, são nomes que rolam nas bocas dadas às profetizações políticas. Capazes de angariar votos, não estão apresentando a mesma capacidade para estruturar suas campanhas e arregimentar siglas suficientes para um confronto mais nivelado com o tucano, chefe do estado.
Como é conhecida no meio esportivo, a sigla W.O (walkover, em inglês) significa uma vitória motivada pela ausência do time adversário. Preliminarmente, se não houver equalização nos diálogos em andamento, dentro e fora dos partidos de oposição, será o que veremos nas urnas do adjacente ano.
Prof. Marcos Marinho
Consultor político.
Twitter: @mmarinhomkt

quarta-feira, 6 de março de 2013

O PAPEL DO MARKETING E DA PUBLICIDADE NA COMUNICAÇÃO POLÍTICA.



           Somos uma sociedade midiatizada, penso não haver discordância sobre isto. Consumimos as mídias, tradicionais e novas, de forma bastante voraz e com apetite crescente.
As evoluções tecnológicas potencializaram e democratizaram a comunicação. Hoje somos todos produtores e editores de conteúdo, bastando apenas um Smartphone para iniciarmos nossos canais de interação com as “massas”. O que, se analisado em escala global, demonstra certa transformação nos padrões de consumo e aquiescência aos veículos midiáticos no tocante à informação. A descentralização do poder da informação e a ampliação de canais bilaterais de comunicação massiva, como a internet e suas redes sociais, pautam as linhas editoriais, até então direcionadas por interesses privados e políticos, impondo-lhes uma noticiação mais próxima dos fatos, na forma como ocorrem.
Observando esta alteração no comportamento social, devemos aprofundar as reflexões sobre seus impactos na política e analisar como esta sociedade, produtora de conteúdo e aparelhada com artifícios capazes de lhe globalizar as opiniões, passará a interagir com as ideologias e figuras políticas. Vale ressaltar que fomos todos, em maior ou menor grau, doutrinados pela mídia durante nosso processo de crescimento, porém não fomos politizados durante este mesmo processo. Sabemos nos relacionar com os conteúdos midiáticos de uma forma mais desenvolta do que com os temas políticos. Fato que traduz toda relevância da utilização das ferramentas de marketing e publicidade na exposição dos conteúdos políticos.
De forma alguma apregoo a substituição da essência política pela pirotecnia “marqueteira”. Penso até que essa dicotomia não deveria existir. Afinal, para ser palatável, a política não precisa deixar de ser densa e ideológica. Precede-lhe, sim, uma adequação de linguagens e estratégias de distribuição das mensagens que sigam ao encontro de nossa sociedade, considerando-lhe a capacidade decodificadora e reflexiva. Do que valem os discursos carregados de ideologias e retóricas que nada comunicam com o povo? Para o processo comunicacional, educativo e pedagógico, valem as adaptações dos conteúdos aos níveis de decodificação e análise de cada indivíduo. Reforço, não é a abstração do conteúdo, mas sua formatação em códigos e linguagens que sejam mais bem assimilados.
Questiona-se o uso do marketing político, acusando-o de enganar o povo, mimetizando os maus, fantasiando-os de bons. Contraponho esta teoria trazendo a seguinte provocação: Nossa sociedade é mais versada em gêneros midiáticos e publicitários, ou em temas e termos políticos e sociais? Educam-se as crianças com programas televisivos e reclames publicitários, ou com debates filosóficos e estímulo ao contraditório?
Tratar o marketing político apenas como um engambelador social é desconsiderar todo esforço realizado para prestar um serviço de adequação entre o tema mais importante de nossa sociedade - pois afinal é o que nos parametriza no convívio social - e os cidadãos que foram negligenciados em seu processo de formação da consciência política.
É inegável o poder da mídia na mudança de comportamentos sociais e padrões de consumo. Esse poder é exercido não apenas pela abrangência dos veículos, capazes de estar em todos os lares brasileiros, mas pela linguagem que é utilizada em suas mensagens. Desta forma, abdicar dos conhecimentos do marketing e da publicidade nos momentos de transmitir códigos tão complexos como os políticos, parece-me simplesmente uma forma de manter o povo na completa ignorância. Se não existe a preocupação com o recebimento, entendimento e feedback gerados pelo povo ao receber a mensagem política, não há de modo algum o interesse em se comunicar com este povo!

*Professor e Consultor político. Membro da ABCOP. Pós-graduado em Gestão de Marketing e Comunicação e graduado em Publicidade e Propaganda. Professor na graduação e pós-graduação das faculdades Alfa(GO). Professor de graduação e extensão da PUC-GO.