Hora de apertar o “botão vermelho”!
Comissão Parlamentar de Inquérito,
ou CPI, é uma sigla que os brasileiros acostumaram-se a ouvir e ver estampadas
em toda mídia. Todos sabem seu significado e infelizmente já estigmatizaram seu
resultado prático, nenhum. Imagem negativa para uma comissão que deveria se
revestir de toda credibilidade possível, de uma aura de transparência e
seriedade que fizesse os mais céticos quanto à política vibrarem ao escutar o
som pronunciado de suas letras. No entanto, vemos sucumbir seu brilho, entre
outras coisas, às sombras projetadas em si pelo nebuloso passado de seus
próprios representantes.
A credibilidade de uma instituição
investida de tanto poder enverga-se ante o peso do histórico político,
negativo, de muitas figuras integrantes de suas tribunas, além de ter, como
seu, um compêndio de resultados evasivos, ineficazes e improdutivos que ficaram
irônica e gastronomicamente definidos como pizzas. O eleitor, ao olhar a
relação de componentes desta comissão inquiridora da verdade, da moral e da
ética, tem sob seus olhos figuras que, em um girar de pleitos, passaram do
banco dos réus, ou que ainda estão nele mesmo que engavetados entre pilhas de
processos em ritmo letárgico, ao posto de juízes do alheio.
Como prospectar alguma expectativa
de credulidade para uma CPI onde seus “magistrados” foram impeachmados,
caçados, arrolados em escândalos ou associados a práticas condenáveis política
e juridicamente? Como não contestar os interesses reais deste espetáculo
político-eleitoral-midiático, se o próprio carrega odores de outro momento
vergonhoso de nossa historia política em vias de ser, finalmente, julgado?
Oposição, situação, população,
parece que em momento oportuno, algum desses lados deve acionar o botão
vermelho e mandar tudo pelos ares, acabar com esse castelo de mentiras e
acusações que, de modo algum, pretende contribuir para o desenvolvimento ético
e crítico deste país. Talvez à população de fato caberia o direito de apertar
esse redentor “botão vermelho”, assumindo seu papel de justiceiro alheio a
CPI’s de fachada, às estratégias calhordas de políticos preocupados em destruir
oponentes por sentimento revanchista, em tirar de seus caminhos as pedras que
lhes impedem de lucrar mais sobre os cofres da nação, e aplainar o Planalto
promovendo uma possibilidade de recomeço.
Esse botão existe, mas não é
vermelho! É um botão verde com a palavra: CONFIRMA, e aciona um dispositivo
capaz de eliminar das Câmaras, Assembléias e Palácios todo lixo político e
social que se esconde por de trás de mandatos mal concedidos. De fazer de forma
pacífica uma dedetização moral capaz de deixar a casa realmente limpa, pronta
para novos moradores, moradores que deverão, sob pena de serem despejados,
executar com rigor as atribuições que nós, seus senhorios, necessitamos e
exigimos.
Marcos Marinho
@marinhomkt
Há mais coisas entre o céu e a terra, Marcos, do que sonha a nossa vã filosofia... (Ato I - Cena V)
ResponderExcluirSabe, é tanta enganação que a gente não sabe nem o que cobrar.
Fica a sensação, sempre, de que tem alguém tentando me pregar uma peça.
Parabéns pelo belíssimo artigo.
Prof. Marcos, novamente outro excelente artigo publicado. Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pela criatividade na hora que menciona que o botão vermelho existe, mas é verde. ÓTIMO! Durante todo o artigo pensei que este botão vermelho que menciona seriam marchas, protestos e passeatas que durante todo o ano acontecem nas ruas das capitais do Brasil, assim como foi feito no Egito e para tirar o Ditator Líbio Muamar Kadafi e anteriormente no Tunísia e Egito. O Sr. que já me conhece, deve ter percebido este meu lado revolucionário nas aulas de Marketing Político e que não acredito na regra do botão verde + confirma. Essa receita me parece mais uma história que contam de 4 em 4 anos para boi dormir. "O brasileiro tem o poder da escolha, então vote em mim" dizem os políticos. Passe livre? Conta outra! CPIs para saber de quem é a culpa? Nana Nenem. Uma vez me falaram que um grupo de brasileiros que nem sonhavam com o famoso facebook pintaram a cara e foram a Brasília. Bom, essa história você já sabe o final. Eu acho que o botão vermelho tem que ser apertado e a cor dele não tem que ser outra, sinceramente me cansei de pagar mecânico porque a roda do meu carro quebrou em algum IPVA que foi parar na cueca de seda de algum engravatado, já estou farto de ver mães chorando nas portas dos hospitais públicos esperando a cirurgia do filho e na TV GLOBO nossos representantes consultam no Sírio Libanês. O botão vermelho está sendo apertado, de pouco a pouco, mas está. E quando chegar a hora, repito aqui as palavras de meu mentor Marcelo D2 – “Nossa revolução não será televisionada”.
ResponderExcluirMuito Bom mesmo! Acredito ainda que em um breve futuro teremos uma política mais humana!
ResponderExcluirPorém vejo também que somos induzidos desde bebês, (ou desde os primatas) a não acreditar em mudança... A não acreditar na honestidade e a não acreditar na política.
Enquanto a sociedade for tão medíocre a ponto de pensar: Nunca vai mudar. Seremos aprisionados à esta realidade.
Enquanto a mídia acobertar os fatos e distorcer a realidade seremos escravos de uma sociedade corrupta.
O Povo não está preparado pra pensar... é necessário algo que os motive a isso..