Espaço destinado ao registro das percepções críticas de um cidadão brasileiro sobre política, comunicação, comportamento e demais assuntos pertinentes à sociedade contemporânea.
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domingo, 17 de junho de 2012

Diga-me com quem andas – Acordão, tramoias e palanques.



Somos um povo acostumado a torcer pelo mocinho contra o bandido nos filmes e novelas que fazem parte ativa de nosso processo de “educação”. Recebemos as fábulas televisivas e cinematográficas, e as decodificamos como modelos de conduta, muito mais do que meras obras de ficção. Também por sermos um país religioso, acreditamos na dicotomia “Deus e Diabo”, o que reforça nossa necessidade de entender as oposições claras em toda e qualquer situação em que haja dois lados.
Talvez pelos motivos acima seja tão complicado entender o universo político e suas alianças. Quando vemos, através da mídia, acalorados embates entre figuras políticas - que não apenas nos pleitos se digladiam, mas fazem clara oposição uns aos outros no dia-a-dia - tendemos a buscar um dos lados e atribuir-lhe a “verdade”, fazendo do lado oposto, naturalmente, o “mal e a mentira”.
Por sermos crédulos na “boa vontade” humana, em sentimentos como amizade, lealdade e respeito, sentimo-nos afrontados ao observar uniões, alianças, apoios, apadrinhamentos e acordões entre políticos e partidos em momentos de aperto.  Quando acompanhamos as articulações eleitoreiras, os apaniguamentos salvadores nas Comissões Parlamentares de Inquérito, as trocas de favores e entregas de cargos ocorrendo entre antigos desafetos, somos acometidos por um torpor que suspende o raciocínio lógico que nos permitia conviver com as relações sociais e políticas.
Quando grandes ícones da política, negativos ou positivos, que desferiam entre si duros golpes verbais em palanques passados, passam a militar na mesma “causa”, ostentando uma bandeira comum, “ideais” oportunos e palanques eleitorais, nós, os eleitores, ficamos como se traídos, como se novamente enganados. Tudo bem acreditarmos em perdão, em mudanças de opinião, mas aceitar estratagemas claramente maquiavélicos, orientados por interesses alheios ao bem social, não pode ser acolhido por nós, decisores do processo eleitoral, como normal e corriqueiro.
Quando um eleitor decide apoiar um candidato, o faz por quê? Será que essa indagação encontra resposta nas mentes dos brasileiros? Sem estas definições, talvez fique coerente o pensamento dos escroques que acreditam serem capazes de manipular resultados de campanhas, pelo simples empoleirar-se em ombro alheio (o que fazem em troca de migalhas e cabides onde acomodarão paletós durante mais 4 anos). Em um cenário onde claramente torna-se ausente a outrora cultuada “ideologia partidária”, se não a crença pessoal naquele que se apresenta como opção de mudança e batalha, o que atrairia o voto de um cidadão? Vota-se em pessoas, em homens e mulheres que conseguem expor-se de forma a conquistar a crença daquele que apertará o botão verde no dia do julgamento.
Portanto, gostaria que este texto levasse dois recados. O primeiro, direciono aos “homens daquilo roxo”, aos que “roubam, mas fazem”,  aos “bigodudos maranhenses”, àqueles que “almoçam e jantam em Paris” às escondidas, a todos os políticos que deixaram qualquer resquício de dignidade em prol da manutenção de suas benesses e poder, lhes digo: há de se levantar uma geração que os elegerão ao limbo, ao esquecimento eterno, ao mais dantesco dos lugares para onde possam purgar suas más intenções.
O segundo recado envio ao leitor coerente e consciente que chegou até esta linha com todo sentimento de indignação que partilho, e alguma esperança neste país continental, de gente honesta e trabalhadora, digo: a solução está em suas mãos, ou dedos, para ser mais explícito!

Prof. Marcos Marinho
@mmarinhomkt

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