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domingo, 17 de novembro de 2013

O que representa o Poder Legislativo?

Quando Montesquieu propôs a tripartição do poder em legislativo, executivo e judiciário, acreditava que a concentração de poder em uma única mão, de forma alguma, seria bom para a comunidade. Obviamente estava certo.

No entanto decidi oferecer este texto aos seus olhos críticos, caro leitor, por perceber que vivenciamos uma relação de uso e concessão desses poderes, que muito me parece equivocada.

Não falarei sobre o poder Judiciário, pois este anda em alta conta com a sociedade após sua atuação no caso polêmico do “Mensalão”. Muitos tomaram ciência deste poder, e seu alcance, justamente a partir deste fato. Elegeu-se até um “herói nacional”, o ministro do STF, Joaquim Barbosa. Não farei juízo de valor disto agora.

Quanto ao poder Executivo, representado pelos prefeitos, governadores e presidente, suscitarei uma análise mais apurada de sua parte, leitor, por entender que boa parcela dos representantes deste funcional poder agem como se fossem reis, monocráticos, mandando e desmandando. Não se limitando à sua função de executores de projetos e gestores da coisa pública, exercem sobre os demais poderes uma tutela maniqueísta, em prol de fomentar sua sede de poder.

Enfatizarei o poder Legislativo por entender ser ele o que está mais próximo de nós, cidadãos. Composto por homens e mulheres eleitos diretamente por parcelas do eleitorado, já que conquistaram suas cadeiras nas casas de leis a partir da proporcionalidade do total de votos válidos, deveríamos entender que representam parcelas da sociedade que coadunam com seus pensamentos, ideologias e projetos.

Aparentemente os legisladores não têm correspondido aos anseios dos seus eleitores, propondo leis que regulem e parametrizem a sociedade. E fiscalizando a atuação e execução das leis, que ficam a cargo dos gestores municipais, estaduais e federal. Minha voz não é a única que questiona isso, afinal o grito de “não me representa” foi entoado por milhares, nas manifestações de junho de 2013.

O legislador - seja ele vereador, deputado ou senador - tem por obrigação estar próximo do seu eleitorado, ouvindo suas demandas e prestando contas de sua atuação, suas conquistas e derrotas. Votado geralmente por uma região de sua cidade ou estado, o legislador tem pleno conhecimento de onde está seu eleitor, em quais condições vive e quais os canais deveria utilizar para manter o diálogo com ele. Não o faz por descaso!

O poder Legislativo, acima de qualquer outro, deveria ser por excelência a voz do povo direcionando as ações dos governos, defendendo o saneamento das carências da sociedade, monitorando e comunicando as ações do Executivo para aprovação ou não de seus concidadãos. Infelizmente não é o que vemos. Temos câmaras e assembleias ajoelhadas aos pés de prefeitos, governadores e presidentes, distantes do povo, fechadas para o povo, imersas na obscuridade de tramoias e conchavos que em nada visam corresponder aos votos que receberam dos vizinhos e “amigos” que procuraram na época das eleições.

O poder Legislativo se afastou do povo que deveria representar. Representa hoje casas cheias de “tias velhas e gordas” que vivem chorando pelo seu próprio pão e seu conforto egoísta. Cheios de carros de luxo, viagens caras, banquetes e regalias que em nada lembram as condições em que vivem seus representados.

A você, cidadão que credenciou os atuais legisladores, que ocupam as cadeiras que deveriam propagar a sua voz, defender suas demandas e direitos, e impedir que todo o dinheiro que lhe é confiscado pela máquina pesada e ineficaz do governo acabe nos ralos da corrupção, pergunto: quem te representa?

Marcos Marinho

Professor e consultor político.

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