Uma
das grandes satisfações de um professor é ver o mercado comprovando para seus
alunos uma teoria que foi trabalhada várias vezes em sala de aula. Nas turmas
de marketing político disseminamos o conceito de que: “não se ganha eleição só
com dinheiro, mas também não se ganha sem ele!”. Os últimos acontecimentos da
política goiana, mais especificamente o anúncio de filiação de Júnior Friboi - até
então PSB - ao PMDB de Iris Rezende, comprova isto.
A
junção Friboi/PMDB representa uma associação inequívoca entre capital político
(Iris) e capital financeiro (Friboi). Esta composição agrega valores a ambos os
lados e mexe com todo o cenário pré- projetado para 2014.
Os
anseios dos protagonistas desta união são claros: um deseja ser governador e o
outro deseja derrotar o atual governador. Como farão isto, juntos, é que ficará
em suspenso, provavelmente até o início do próximo ano.
Outro
ponto relevante proporcionado por esta filiação é a diversidade de sentimentos
e perspectivas que foram alteradas, em vários atores políticos que tentavam
organizar suas trajetórias em direção ao próximo pleito. Estes, possivelmente,
precisarão reavaliar suas estratégias e pretensões.
Havia
até então uma dúvida sobre a manutenção da fraternidade PT/PMDB em 2014. Ambos
alardeavam o lançamento de candidaturas majoritárias, mas nada ainda era
concreto. Definitivamente este impasse toma outros contornos. Caberá ao PT
assumir a postura de vice, caso o PMDB assim aceite. Particularmente, pela movimentação da sigla
estrelada e pelo próprio momento político, não acredito que isto deva
acontecer.
É
importante avaliarmos que esta migração do empresário/político para o
tradicional partido irista não deve ser recebida apenas com flores e carinhos. Afinal,
existem sob o manto do movimento democrático brasileiro vários correligionários
almejando há tempos ascender ao posto de protagonista no partido. Não deve
estar sendo, pelo menos por enquanto, completamente palatável para os famintos
pelo poder o gosto deste estratagema proporcionado pela alta cúpula do partido.
Apesar disto, todos sabem que precisam, individualmente e em nível partidário,
da nutrição que será proporcionada pelo farto pasto pertencente ao homem acostumado
a negociar em arrobas.
Invariavelmente
esta movimentação no tabuleiro político goiano obrigará aos outros jogadores
interessados nas eleições vindouras reavaliar suas estratégias. Certamente, até ao
atual dono da bola - o governador Marconi Perillo - que até então figurava,
mesmo que pela incerteza e falta de nomes opositores, como o mais forte
candidato ao certame.
Os
próximos movimentos, nas peças dispostas para o embate eleitoral do subsequente
ano, cabem às outras correntes partidárias. A situação buscará se fortalecer,
terceiras vias tentarão se consolidar, o PT reavaliará suas posturas e opções,
e os partidos menos expressivos procurarão aproximar-se dos lados que
entenderem com potenciais vitoriosos.
Como
sempre, o povo permanecerá assistindo suas novelas, polemizando sobre o preço
dos legumes e a orientação sexual das celebridades. Tangidos pela mídia e
alimentados com o pão e circo que lhes garantem os assuntos nas rodas e redes
de bate papo, os eleitores deixarão para o ano que vem o pensar nisto! Mas só
depois da Copa.
Marcos Marinho
Professor e
consultor político
Twitter:
@mmarinhomkt
Muito sensata sua explanação sobre o novo contexto político entre os poderes, parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado! Me ajude a divulgar este material! Abraço.
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