A política goiana há
muitos anos vive uma dicotomia que antagoniza PT/PMDB e PSDB/Aliados. Por
tempos essa oposição se deu de forma ideológica, contrapondo planos de governo
e poder. As imagens até então trabalhadas por ambos os lados buscavam
distanciar-se umas das outras a fim de que os eleitores identificassem facilmente
seus representantes legítimos.
Pudemos ver um “tempo novo” surgindo e
assumindo o status máximo no estado, mantendo-se direta e indiretamente no
poder jazem quase 16 anos. Acompanhamos recentemente uma campanha pautada na
“sustentabilidade”, opondo-se ao crescimento desordenado e degradante ao
meio-ambiente, propondo ações coerentes, participativas e socialmente
inclusivas em busca de uma cidade melhor. Até aqui poderíamos ver diferenças de
discurso entre os dois representantes destas ideologias eleitorais. Porém, em
análises recentes, pude perceber uma aproximação intrigante entre as imagens
apresentadas pelos líderes dos governos municipal e estadual. Seguem:
Primeiro – Ambos parecem
pautar seus governos mais em publicidade do que em ações práticas. A atuação
midiática do governo estadual e da prefeitura de Goiânia apresenta ao público
eleitor realidades fantásticas, que não condizem veramente com as
características do local onde vivemos. São pródigos em apresentar estradas sem
buracos, CAIS em perfeito funcionamento, intervenções que aperfeiçoam o
trânsito e não prejudicam aos comerciantes, entre outras belas ações. Mimetizam
as obras que estão paralisadas e os bilhões em “investimentos” que servirão
para afundar o estado em dívidas. Parece-me que no tocante à publicidade ambos
já leem a mesma cartilha, equivocada.
Segundo – A postura dos
que não devem ou precisam se justificar para seus eleitores. Em momentos
diversos podemos enxergar este modus
operandi nas exposições veiculadas sobre os referidos políticos. Principalmente
quando não se apresentam publicamente para justificar posições ou prestar
contas e esclarecimentos sobre suas decisões, ainda que amplamente contestadas
pelo povo, pelas raquíticas oposições e entidades civis.
Terceiro – Possivelmente
o maior ponto de equalização entre Paulo Garcia e Marconi Perillo reside na
cooptação de soldados dispostos a lhes defender os interesses. Seja na soturna
ALEGO ou na ajoelhada Câmara Municipal de Goiânia podemos ver, a cada votação
colocada em pauta, que os interesses dos generais palacianos sobrepujam
quaisquer anseios dos pobres, iludidos e mal representados goianos.
Independente de manifestações, silenciosas ou barulhentas, as decisões
determinadas pelos principais executivos do cerrado são soberanas e encontram
respaldo em seus submissos legisladores.
Quanto ao povo, que
assiste a quase tudo pelas telas de tv, restam resignação, decepção,
esquecimento e, claro, o tradicional pão e circo que ofertam-lhes diariamente a
fim de mantê-los alienados e silenciados, aguardando a próxima atração.
Marcos Marinho
Professor e Consultor Político
Twitter: @mmarinhomkt