Está sendo dada a
largada oficial para o pleito 2012, onde serão eleitos ou reeleitos prefeitos e
vereadores por todo país. A partir de 06 de julho as campanhas majoritárias e
proporcionais tomam as ruas em busca de votos.
Certamente que, carregados
pela enxurrada de material publicitário-político, teremos velhos e conhecidos
rostos, com biografias conhecidas e, em muitos casos, maquiadas. É infantil da
parte do eleitor acreditar que aquele político, ao qual concedeu seu voto nas
últimas eleições e que desapareceu nos últimos quatro anos, esteja novamente
lhe procurando com a solução dos seus problemas, e que precisa de mais tempo
para executar tudo o que prometeu.
Quando falo em meus
textos ou no rádio sobre a importância de conhecer bem o histórico e as
propostas dos candidatos antes de confiar-lhes o voto, é simplesmente para
alertar a sociedade sobre a cara-de-pau que muitos políticos ostentam quando
colocam “seu bloco na rua”. Fico mais indignado com o eleitor do que com o
político, quando escuto as reclamações de pessoas que desacreditam a “política”
e vociferam maldições sobre os candidatos, mas se esquecem de que muitas vezes
estes candidatos já estão em seu terceiro ou quarto mandatos. Quem os colocou
lá? Quem os manteve lá?
Sinceramente não
acredito em ingenuidade crônica, portanto não posso culpar apenas os candidatos
e lhes atribuir o mérito de hipnotizar os eleitores a cada quatro anos, para
roubar-lhes o voto. Caso não houvesse a reeleição constante de figuras
políticas execráveis, como Paulo Maluf, José Sarney, entre tantos outros que
vira e mexe estão arrolados em escândalos e inquéritos e ainda assim não deixam
de renovar suas cadeiras em alguma eleição, poderia até considerar a teoria do “engodo
profissionalizado”, em que vários candidatos conseguiriam enganar o eleitorado
por tempo suficiente para subtrair-lhes o sufrágio.
É de praxe o brasileiro
incluir-se fora das responsabilidades pelas bandalheiras, roubalheiras,
corrupção e violência que assolam nossas cidades. Aparentemente acreditamos que
todo mal é unilateral e surge das profundas dos infernos para assolar os pobres
mortais. Não avaliamos que tudo neste contexto ocorre devido à relação causa/efeito,
e que só existe o corrupto se existir o corruptor, só ocorrem bandalheiras e
roubalheiras no âmbito político porque os elegemos e reelegemos sem critérios,
só há tanta violência devido ao descaso com que tratamos nosso próximo, suas
necessidades e aspirações, focando-nos na manutenção e aquisição do bem
pessoal, muitas vezes em detrimento do bem coletivo!
Quando o homem decidiu-se
por viver em sociedade, o fez pela satisfação de suas necessidades, pelas
vantagens provenientes dessa conjugação de esforços em prol do bem comum. Mal
sabia que estava gerando assim a semente para destruição da própria humanidade,
onde os mais fortes sobrepujariam os mais fracos, seja pela força física,
econômica ou “divina”, criando assim uma relação conturbada de dependência
entre dominantes e dominados.
Mas alguma coisa mudou
de lá para cá, e agora todos possuem meios para modificar as relações de
domínio. Alguns se valem da agressividade, outros do dinheiro, uns da religião
e os mais inteligentes da outorga de poder que lhes é concedida pelas maiorias
através do sufrágio universal, e que lhes dá direito de legislar e governar
sobre “todas” as coisas. Deste modo, excluir-se das responsabilidades sobre o
que acontece em nosso país, abdicando do direito de decidir conscientemente
sobre quem ostentará esse poder, anulando sua vontade ou vendendo-a por “meia
dúzia de dinheiros”, é o mesmo que assumir o papel de “Demóstenes”, ostentando
discursos indignados e contrapondo-os com atos espúrios e lacaios.
Assuma seu papel e
descida conscientemente sobre quem merece o direito de te representar! Caso não
encontre no cenário atual alguém digno, e você se considere honesto, justo e
capaz o suficiente para assumir este posto, lance-se ao embate e faça jus à sua
indignação! Seja coerente com seu discurso, com sua descrença nos que te pedem
o voto, com seu desejo de viver uma sociedade melhor.
Finalizo com uma frase
de Edmund Burke, que merece ecoar em sua mente mesmo após ter terminado este
texto. Segue: - “All that is necessary for the triumph of
evil is that good men do nothing.” (Tudo
que é preciso para o triunfo do mal é que os bons homens não façam nada.)
Marcos Marinho
Consultor e Professor de
Marketing político
twitter: @mmarinhomkt
Diante do texto acima, acredito que não resta mais nada a dizer! Brilhante. Abçs Fabiana Nascimento
ResponderExcluirMuito obrigado Fabiana, nos resta muito a fazer!!!
ResponderExcluirFaço de minhas palavras as palavras da Fabiana. BRILHANTE. Nestas eleições eu vou observar, analisar com olhar MUITO crítico todas as propostas dos candidatos. Obrigado ao Marinho por contribuir de forma tão clara para a mudança de nosso cenário político.
ResponderExcluiratt.
Douglas Valério