Sou
um observador político e me debruço dia-a-dia sobre várias informações
veiculadas em muitos meios de comunicação, pois acredito que devemos buscar
todas as verdades possíveis, a fim de construir uma opinião defensável sobre os
fatos. Animal político por essência, concordando com Aristóteles, acredito que enquanto
vivermos em sociedade somos obrigados a buscar clareza e entendimento sobre as
possibilidades de gestão das diferenças, dos desejos conflitantes dos homens
neste mundo de escassez.
Defendo
o diálogo, o pluralismo de ideias, o contraditório, a revisão dos sistemas
políticos e eleitorais, uma educação de qualidade, o acesso de todo cidadão ao
maior número possível de meios de informação, ao ensino de direitos e deveres
para as crianças já no período básico e mais uma série de coisas que impactam
na sociedade da qual faço parte.
Por
considerar que estou, minimamente, envolvido nos problemas políticos e sociais
que afligem meus concidadãos, trago à baila a questão que titula este texto: O
que defendem os black blocs?
Não
reconheço neles alguma reivindicação pautada na coerência e análise, não os
percebo dispostos a esclarecer suas intenções, não sei de ação deste grupo em
prol de dialogar e, pelo menos, conquistar o apoio popular para suas
requisições. Como uma turba agressiva e disposta a passar por cima de tudo e
todos na busca da promoção do maior prejuízo possível para os governos, essa
falange tem atuado durante as manifestações populares no país. Sua
atuação criminosa teve, recentemente, uma materialização terrível, a morte do
cinegrafista Santiago Andrade. Mas, antes disso, já destruíram muito do
patrimônio público e privado, aterrorizaram muitos cidadãos e macularam várias
manifestações populares dignas e corretas.
Quem
são esses mascarados? O que defendem? Qual sua ideologia?
Se
o anarquismo, que venham defendê-lo com argumentos, pois possuem o direito de
defender suas crenças. Mas se estão sendo usados como massa de manobra nas mãos
de pessoas que possuem outros interesses, ou se apenas querem gerar medo e
destruição, passa a hora de serem refreados.
Somos
uma sociedade democrática que ainda está aprendendo o que isso significa. E
para manutenção desse status devemos todos lutar contra qualquer levante disposto
a destruir nosso patrimônio, que intente instaurar o medo inibidor das
manifestações legítimas e perverter as lutas em prol de melhorias para nosso
povo.
Aquele
que encontra na violência e depredação o único argumento para defender suas
intenções é mais nocivo do que aquele contra quem luta!
Marcos Marinho
Professor e
Consultor Político.