Está
dada a largada para o pleito de 2014. Após o encerramento do prazo para
filiações e transferências de partidos, quem tem interesses no próximo certame
já se acomodou em algum barco embandeirado pela sigla que melhor lhe atende e,
começou sua jornada.
Por
certo que a legislação eleitoral apenas permite a campanha durante os três
meses antecessores ao dia da votação, mas sabemos que muito há que se
organizar, combinar, planejar e viabilizar até chegar o momento de “pôr o bloco
na rua” e partir para a batalha pelo voto.
Outra
situação determinada pelo avançar do calendário é a imutabilidade do processo
eleitoral de 2014, aquele que deveria sofrer modificações apoiadas por uma
reforma política consolidada por um plebiscito proposto pela presidente, mas
que não saiu do papel, e se configurou em nada mais que bravata para acalmar
certo furor que emanava das ruas no mês de junho de 2013.
Em
meio ao rebuliço causado pelas idas e vindas de parlamentares que buscavam se escudar
no partido que lhes assegurasse mais vantagens, muito se questionou sobre as
motivações de algumas alianças. Penso que questionar afinidades ideológicas e
programáticas em um sistema com 32 partidos políticos constituídos, que não
passam, em sua essência, de mais do mesmo - e onde quase todos os seus
agremiados já rezaram outras cartilhas - é demagogia.
Não
sou a favor da desqualificação ideológica da política, tampouco defendo o jogo
de poder que sobrepujou as causas sociais, mas também não tolero esse falso
moralismo propalado por pseudos defensores da essência política. Os mesmos que
fazem acordos por baixo dos panos, cooptam seus opositores com dinheiro e
benesses, apertam mãos outrora amaldiçoadas em troca de exposição televisiva, e
ainda posam de vestais frente aos humildes e carentes de politização.
Não
sei se os fins justificarão os meios, mas acredito que só teremos um país digno
e com uma política efetiva, no tocante a equalizar as diferenças e produzir
satisfação coletiva, com representantes à altura de nossas demandas e sonhos, quando irrompermos essa cortina de fumaça posta pelos
senhores feudais do executivo e legislativo, que dominam as casas do povo por
décadas a fio.
Devemos
promover uma revolução de caras, pensamentos e atitudes. Precisamos quebrar o
círculo vicioso do poder, que nos subjuga e oprime, dando início ao círculo
virtuoso que trará o povo para o debate politizado, produtivo e verdadeiramente
ideológico.
Pragmáticos
ou programáticos, o que a população precisa é de atenção, proteção e respeito,
não só discurso.
Marcos Marinho
Professor e Consultor Político.
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