Entendo
como salutar para a evolução pessoal, e social, questionarmos as realidades que
entremeiam nossas vidas e direcionam nossas ações e reações. Somos seres
guiados por opiniões e percepções, que muitas vezes nos são introjetadas sem
nossa consciente anuência.
Vivemos
em um mundo de informações que circulam e se chocam com nossos olhos e ouvidos
a uma velocidade cada vez mais rápida. Sem termos, muitas vezes, condição de
identificar a placa da informação que nos atropelou, temos incorporado às
nossas convicções vários paradigmas que não são por nós questionados antes de
serem postos na direção de nosso comportamento cotidiano.
A
reflexão e o questionamento são os maiores benfeitores da humanidade. O homem
apenas alcançou o estágio atual de evolução social e tecnológico em que vivemos
por ter, em algum momento, questionado os parâmetros e convicções vigentes em
seu tempo, a ponto de confrontá-los e vencê-los. A não aceitação de conceitos
e, ainda pior, pré-conceitos, associada à coragem de desconstruir as “verdades”
que os detentores do poder usavam para doutrinar, foi preponderante para que a
humanidade superasse diversas amarras que lhe coibia a evolução.
Trago
neste texto minha angústia por constatar a ausência de reflexão e questionamento
entre as pessoas desta geração. Analisando a atitude dos jovens presentes em
minhas salas de aula, bem como o comportamento de vários outros grupos sociais
em interações mediadas pela internet e suas redes sociais, e também reproduzido
em conversas ouvidas nas ruas, filas e demais ambientes públicos, constato a
morte do “Por quê?”.
Atribuo
grande parte da culpa deste homicídio ao sistema educacional que bitola nossas
crianças. Sim, está mais do que comprovado que nosso sistema não estimula a investigação,
o questionamento, o desenvolvimento de alternativas e inovações. Colhemos isso
nas faculdades e no mercado de trabalho, onde vemos a marcha uníssona de
trabalhadores pasteurizados e limitados ao programa que lhes é inserido. Como
nos disseram há tempos: “just a brick in the wall”.
Aliada
ao despreparo produzido pela educação que nos é posta, temos a alienação fornecida
e fomentada pelos governos que, com suas suntuosas verbas de comunicação,
direcionam e reproduzem suas verdades de modo que ocupem cada vez mais espaço
nas mentes dos eleitores/cidadãos, iludindo-os e convencendo-os a não
questionarem, sequer, a possibilidade das coisas serem feitas de outra forma, a
possibilidade de termos uma vida melhor, mais justa e digna para todos.
Trago
neste texto, também, o pedido para que você duvide de tudo o que transcrevi nas
linhas acima. Peço a você que inicie um processo que questionamento sobre todos
os paradigmas que moldam e guiam sua vida. Rompa o silêncio dos seus
pensamentos, retire os óculos que lhe foram colocados durante sua formação
social, examine os dogmas que te proíbem de ser diferente. Ao final, o que
espero, é que várias coisas sejam confirmadas e continuadas simplesmente por te
fazer feliz. Mas também espero, com maior paixão, que suas dúvidas te convidem
para uma nova jornada onde as descobertas o guiarão para a vida que você merece
viver.
Marcos Marinho
Professor e Analista
político