Espaço destinado ao registro das percepções críticas de um cidadão brasileiro sobre política, comunicação, comportamento e demais assuntos pertinentes à sociedade contemporânea.
Uma visão técnica do ponto de vista do marketing e apaixonada do ponto de vista humano. Leia, critique e replique à vontade!
quarta-feira, 31 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Por favor, seja meu candidato!
Vivemos recentemente um
momento merecedor de muita reflexão, caracterizado pela onda de manifestações
sociais apartidárias, acéfalas e plurais que percorreram grande parte das ruas
deste país.
Movimentos sem bandeiras,
mas cobertos por cartazes de todos os matizes e com todas as reivindicações que
jaziam entaladas nas gargantas dos brasileiros oprimidos e relegados aos pixels
de monitores televisivos e internéticos. Acreditava-se que estavam todos
hipnotizados e entorpecidos demais para sentir desconforto impelido por
centavos a mais ou menos de dilapidação.
Deste momento que, para
desespero de alguns ainda não passou, emanou entre tantos gritos um que ecoa
fortemente em minha mente, que diz: “eles não me representam!”.
Confirmada por pesquisas e
divulgada em impressos e redes sociais, esta mensagem atua, ou deveria, como
tapa na cara de todos os mandatários do executivo e legislativo deste
território. Ouvir da tão falada “voz das ruas” que não deve considerar-se
representante daqueles de quem provêm seu poder deve ser, no mínimo, temeroso.
A questão principal é: se os
atuais partidos e políticos não os representam, quem representará? E também
devemos ponderar se essa crise de representatividade deslegitima nosso processo
eleitoral.
Não podemos pensar, em pleno
século XXI, que conseguiremos viver em sociedade sem os fundamentos da
política. Não havendo instituições políticas democráticas instaura-se o
totalitarismo. Vivendo em sociedades ocupadas por milhares de desejos,
necessidades e interesses individuais, se não organizarmos sistemas de
concessão, abstração e reivindicação parametrizados por uma legislação, em
pouco tempo ruiremos com o modo de vida em comunidade.
Dentre as possíveis formas
de manutenção da sociedade, temos aquela onde delegamos funções e poderes para
aqueles que julgamos serem aptos para representar nossos distintos grupos,
formados pelos convergentes em ideologias e interesses.
O problema é que temos
escolhido muito mal estes representantes. Inebriados por favores e jogos de
luzes, nos mantemos atrelados às nossas intenções egoístas e abdicamos de avaliá-los
pelas capacidades e ações em benefício da coletividade. Elegemos os reflexos de
nossa corruptibilidade e agora acreditamos que eles não nos representam.
Se de tudo este momento de
espasmo da consciência social nos fizer acordar e repensar nossa forma de
escolher representantes, quem escolheremos nas próximas eleições?
Os partidos perderam
credibilidade, os nomes postos às mesas das decisões políticas parecem não
atrair seguidores, o horizonte de 2014 se aproxima sem baluartes ou
catalizadores capazes de traduzir tantos anseios e decepções em um novo começo.
Tornando as coisas mais
difíceis, vejo que os homens e mulheres dignos de confiança, capazes em
instrução e moral, esquivam-se ou fogem desta missão tão carrasca. Talvez por
verem nos olhos de seus pares a figura pustulenta que se tornarão caso decidam
assumir este fardo e lançar-se ao pleito, pois veem que os ignorantes os tomam
por contaminados, caso decidam declarar-se “políticos”.
Edmund Burke disse: “Para
que o mal triunfe, basta que os bons nada façam”. Acreditando nisto venho aqui
pedir aos homens e mulheres de bem que, por favor, sejam meus candidatos!
Preciso ter alguém que me represente e que coadunam com meus sonhos de justiça,
liberdade e dignidade para todos. Precisamos que nos representem e lutem para
que este país não sucumba à sanha dos vilipendiadores.
Devemos assumir nosso papel
neste projeto de transformação nacional. Devemos expulsar os ratos que
corrompem nosso sistema e motivar os dignos a tomarem seus lugares. É nosso
papel nos mantermos próximos e vigilantes contra os maus e firmes e apoiadores
dos bons. Jamais virar as costas, jamais sucumbir, jamais deixar de se
importar.
Independente de quem está
lendo este texto, se você reúne as qualidades citadas nele, volto a pedir, por
favor, seja meu candidato!
Marcos Marinho
Cidadão, professor e consultor
político
Twitter: @mmarinhomkt
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